Pensar.
Certo?
Errado.
Ou, pelo menos, meio certo.
E esse, talvez, seja o grande erro. Saber como se usa uma ferramenta, infelizmente, não significa saber usá-la para as coisas certas. Vamos dizer que você seja colocado em um jantar chique, daqueles com trinta e três talheres ao lado do prato. Você saberá manusear cada um deles, tranquilamente. Os movimentos básicos para utilização dos talheres não mudam de um para o outro. Segurar, prender, cortar… o de sempre.
No entanto, se alguém lhe perguntar qual deles é o garfo para comer peixe, talvez a coisa complique.
Com a mente, geralmente, é a mesma coisa.
Sabemos usar o cérebro, mas achamos que ele é uma máquina de pensar. Acredite: com isso, estamos subestimando a sua verdadeira capacidade. A revelação é que, mais do que tudo, seu cérebro é uma máquina de gerar sentimento.
Acertar todas as perguntas de uma prova não adiantaria nada se você não pudesse ficar feliz e orgulhoso com o resultado. Conhecer todos os passos de uma dança só é legal se você gosta de folia. Saber o caminho para a casa da família não adiantaria nada se você não a amasse.
Deixo claro: não estou dizendo aqui que, em determinado dia, um determinado criador se sentou em uma determinada linha de montagem e começou a montar nosso sistema nervoso, falando sozinho…
— Pronto, já encaixei o córtex, já encaixei o mesencéfalo… Rapaz, isso aqui vai ser uma máquina de gerar sentimento que é uma beleza!
E, da mesma forma, também não estou dizendo que ele não fez isso.
Só quero deixar claro que, do ponto de vista do usuário, achar que um cérebro serve meramente para calcular é subestimar e subutilizar seu potencial.
Sentir, no final das contas, é o que faz todo raciocínio valer a pena.
A emoção não é só o tempero da vida. Muito mais que isso, a emoção é a significação da vida.
Acredite em mim.